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Sunday, July 11, 2004 

Lá fora a noite caiu...a janela aberta....a rua deserta....procurando respostas

Estou oprimido pelas 4 paredes erguidas que delimitam a masmorra a que me habituei a chamar de quarto! Hoje abri o cadeado dos grilhões que me prendiam...com cuidado não vá o mundo lá fora ser ainda mais assustador!A prudência aconselhou-me a tal!
A porta continua fechada, mas a a janela atrai-me até ela!Quarto minguante...a noite caiu...e os lampiões debatem-se para sobreviver ao denso nevoeiro!
Saio e sou nevoeiro!Afinal também aprendi a esconder-me!Hoje deixei de ser meu refém!Pelo menos por enquanto...
Refém?!É esse o termo...
Sigo os caminhos que me levem onde os outros foram porque ainda não descobri o meu!Ainda sou nevoeiro neste caminho!
Na rua descubro um jornal antigo...amarelado!Uma folha húmida abrigava algumas letras escorridas como lágrimas; nela desenhava-se um discurso poético pleno de significado!Tanto significado que as palavras ainda ecoam na minha cabeça...

Raio de esperança

Sinto-me noite!...
Abro a janela,
devagar,
sem ruído,
não vá afugentar
aquele raio de esperança,
o único a raiar
no horizonte
da minha lembrança!...
Aquele que me alenta,
causa alegria
e me atormenta!... Manuela Carvalhão

Continuo sem encontrar ninguém no caminho!Começou a chover...a estrada transformou-se num pântano lamacento!Deixei a janela aberta...quero voltar!Mas que lama é esta que me impede de regressar ao meu quarto? A chuva aliou-se ao vento...não consigo regressar!Estou encharcado e preso!
Acordo...afinal não saí do quarto!A tempestade era mais uma tempestade interior!

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