Tuesday, February 15, 2005 

Na minha cinza de todas as horas...

Porque vês o fogo e não as cinzas? Talvez porque me escondi, mais uma vez me escondi! Porque encontras o sorriso e não vês mais além dessa falsa felicidade? Talvez porque sequei as lágrimas para ninguém as ver. Porque dizes que decifras o tempo se não te perdes nas frágeis construções das horas? Porque dizes que me conheces? Sabes bem que não é verdade... eu nunca me deixei conhecer. Quando me quiseres encontrar... deixa arder o tempo, eu sempre estive na minha condição!Eu sempre estive aqui...eu sempre estive na cinza das horas!

Saturday, February 05, 2005 

A ti que um dia vais chegar...

Sei que um dia vais chegar, sei que um dia me vais descobrir e serás mais forte que a minha negação do amor! Sei que um dia me vou encontrar em ti, no lugar que será meu, mas somente quando abandonar o egoísmo que não me deixa entregar a ninguém por ter medo de sofrer! Eu sei que um dia chegarás e tudo o que te vou pedir é que me segredes ao ouvido que me amas como se gritasses para todo o mundo te ouvir...

 

Poema do silêncio...

"Sim, foi por mim que gritei. Declamei, Atirei frases em volta. Cego de angústia e de revolta. Foi em meu nome que fiz, A carvão, a sangue, a giz, Sátiras e epigramas nas paredes Que não vi serem necessárias e vós vedes. Foi quando compreendi Que nada me dariam do infinito que pedi, -Que ergui mais alto o meu grito E pedi mais infinito! Eu, o meu eu rico de baixas e grandezas, Eis a razão das épi trági-cómicas empresas Que, sem rumo, Levantei com sarcasmo, sonho, fumo... O que buscava Era, como qualquer, ter o que desejava. Febres de Mais. ânsias de Altura e Abismo, Tinham raízes banalíssimas de egoísmo. Que só por me ser vedado Sair deste meu ser formal e condenado, Erigi contra os céus o meu imenso Engano De tentar o ultra-humano, eu que sou tão humano! Senhor meu Deus em que não creio! Nu a teus pés, abro o meu seio Procurei fugir de mim, Mas sei que sou meu exclusivo fim. Sofro, assim, pelo que sou, Sofro por este chão que aos pés se me pegou, Sofro por não poder fugir. Sofro por ter prazer em me acusar e me exibir! Senhor meu Deus em que não creio, porque és minha criação! (Deus, para mim, sou eu chegado à perfeição...) Senhor dá-me o poder de estar calado, Quieto, maniatado, iluminado. Se os gestos e as palavras que sonhei, Nunca os usei nem usarei, Se nada do que levo a efeito vale, Que eu me não mova! que eu não fale! Ah! também sei que, trabalhando só por mim, Era por um de nós. E assim, Neste meu vão assalto a nem sei que felicidade, Lutava um homem pela humanidade. Mas o meu sonho megalómano é maior Do que a própria imensa dor De compreender como é egoísta A minha máxima conquista... Senhor! que nunca mais meus versos ávidos e impuros Me rasguem! e meus lábios cerrarão como dois muros, E o meu Silêncio, como incenso, atingir-te-á, E sobre mim de novo descerá... Sim, descerá da tua mão compadecida, Meu Deus em que não creio! e porá fim à minha vida. E uma terra sem flor e uma pedra sem nome Saciarão a minha fome. "
J. Régio

Sim, eu gritei em silêncio! Sim, eu gritei! Sim, foi por mim que gritei...

Tuesday, February 01, 2005 

Queria somente esquecer-me de mim...

Lá onde estive nunca me cheguei a encontrar, cá onde me encontro persisto na busca incessante de mim! Hoje e deste lado tudo o que queria era esquecer-me de me procurar e, necessariamente, esquecer-me de mim, como se eu fosse mais uma página folheada do livro da vida.

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