Thursday, December 30, 2004 

Perfil de todas as palavras ocultas...

Novamente a concepção das palavras pendentes, anuncia-se a emissão da resposta.

"O prestígio das palavras isoladas, ou reunidas segundo um acordo de som, com ressonâncias íntimas e sentidos divergentes no mesmo tempo em que convergem, a pompa das frases postas entre os sentidos das outras, malignidade dos vestígios, esperança dos bosques, e nada mais que a tranquilidade dos tanques entre as quintas da infância dos meus subterfúgios..."
B. Soares

Conhecemos todas as letras, podemos algum dia conhecer todas as palavras? E conhecendo todas as palavras podemos vir a desvendar todos os sentidos ocultos que acabamos por lhes conferir? E deste modo podemos conhecer o perfil de todos os discursos?
Vem a mim se te libertares da cripta dos subterfúgios onde te refugias e ultrapassares o temor que os outros reconheçam as tuas palavras e desvendem todos os teus mistérios e sentidos velados.

Uma vez mais Jade e a comunhão de todas as palavras que encurtam a distância entre nós.

 

Enquanto estiveres aí...

Porque hoje fiquei à margem de mim, aquela que deixou de convergir na foz de todos os afluentes que um dia foram meus e que jamais foram de alguém.
Porque hoje a noite foi parca em constelações, omissa em cumplicidades e o tempo, esse dissolveu-se num qualquer eclipse inesperado envolto em nebulosas.
Porque hoje o silêncio foi a língua professada que encontrou lugar em todas as cartas que não dirigi.
Porque hoje foi como ontem, uma banal repetição diurna, não mais do que uma sucessão pleonástica.
Porque hoje fui incapaz de reconhecer a tua falta e não proferi qualquer palavra. Guardei tanto para te dizer, tanto que eu não te disse.
E tudo isto deixei para depois... tudo isto sucumbiu ao amanhã. Mas amanhã não chega antes do tempo e o meu amanhã pode não chegar.

Tuesday, December 28, 2004 

Desfecho da ausência tua...

Pergunto-me onde estás que não me ouves? Sinto a tua ausência e pinto na tela em que te relembro a tua presença inexistente com as cores diluídas do passado.
Onde estás quando os sinos dobram agonias e ausências de bronze? Onde estás quando chamo por ti? Nego o medo que sinto se recuperas o lugar que nunca deixaste de ter em mim e sigo no silêncio do sentir até ao desfecho de todas as marés que por ti nunca deixaram de passar.

Thursday, December 16, 2004 

Estava escrito...

Aspirei a conhecer as espirais do tempo que por mim passa e a guardar o infinito das horas que se conduzem em clássicas sucessões. Desejei ser o alquimista do tempo e descobrir a pedra filosofal onde se inscrevem e descrevem as horas para assim ascender à transcendência da eternidade.
Quis conhecer quem em mim traz a subjugação ao tempo e quem edifica tronos por cada hora que em mim remonta ao passado.
Procurei todos aqueles que convergem no alfa e no ómega do meu ser e que perduraram após qualquer contagem imperfeita do início do tempo e do final das horas.
Decidi invadir o reduto do tempo e perder-me nos seus claustros para neles encontrar as horas em que me anulei. Tentei deter o curso do tempo e modificar a passagem das horas, contudo fui incapaz de o fazer. Assim estava escrito que seria e sempre será a sua inelutável passagem.
Entre mim e quem me tenho sempre o tempo. Sempre o mesmo tempo. Entre mim e quem me tenho sempre as horas. Sempre a cinza das horas.

Saturday, December 04, 2004 

No limiar da revelação...

Jade chegou novamente no limiar da revelação de cada palavra que me foi dirigida.

Não és apenas quem possui a ampulheta, vais mais além de todo o tempo que dizes aprisionar.Parece que trazes em ti o deserto. Trazes em ti de todos os desertos aquele em que ninguém te viu atravessar por qualquer travessia nómada.
Congregas culpas alheias porque no fundo não sabes conviver com as tuas. Preferes tomar os medos de todos aqueles que te partilham porque temes excessivamente enfrentar os teus. És humano por sofreres com os outros, furtas-te a ti mesmo e apenas não sabes partilhar a tua dor.


Uma vez mais parece cumprir-se a profecia. No limiar da revelação o oráculo de Jade conduz-me novamente ao lugar onde me deixei.

on-line

Powered by Blogger

online
Spyware Remover Page copy protected against web site content infringement by Copyscape