Friday, April 28, 2006 

A sangue tatuei o teu nome...

Escrevi a sangue o teu nome em mim para que me corresses nas veias. E foi por ti que sangrei, como sangraria agora e outra vez. Apenas por ti e para ti. Apenas para que cicatrizasses em mim. Para que o teu nome me arrancasse esta pele de ausência, esta pele que há muito que está tatuada pelo teu nome.
Tatuei todas as letras do teu nome nesta corrente rubra de muito mais e deixei que revirasses as gavetas do passado. Contigo aprendi que as gavetas há muito que não deviam ter chaves e que dói mais a incerteza do que uma presença no passado. Pertenço-te nesta certeza de pactos de sangue e é contigo que partilho silêncios de fogo que tanto têm para nos dizer.
E hoje volto a dar o teu nome à minha pele, volto a sangrar por ti e quando me perguntares porque motivo o faço...diluo todas as razões em ti e responder-te-ei que o faço apenas para que me vejas cicatrizar com um sorriso. Porque se um dia me magoares quero que o faças a sorrir.

Friday, April 21, 2006 

Devolução de sorrisos...

Deste corpo à vontade que de mim transborda e encontraste-me no mesmo lugar que apenas tu conhecias. E para quê falar de antes e depois de ti? Porque depois de te ter em mim, depois de te saber em mim, sei que estás onde sempre pertenceste. Neste lugar onde o tempo se confunde em vestígios de causas minhas.
Anda daí neste caminho de horas ardidas que reconheces como tuas sendo minhas. Anda daí que esta é a estação das chuvas. Volta a pegar na minha mão como pegaste na minha vida e vamos correr à chuva.
Vem acordar-me por dentro no teu beijo de silêncios cúmplices. Adormece a noite que há em mim e absolve-me dos passos que nos afastaram. Vem com a chave que o amanhã encerra e sorri para mim. Sorri apenas.
Apenas te peço que sorrias, apenas a ti que me beijas as lágrimas com o teu sorriso. E é tão bom sorrir-te de volta.

Friday, April 14, 2006 

Asas de fogo...

Porque pertenço ao fogo. Porque em mim escorrem labaredas líquidas que abraçam a cinza de tudo aquilo que não te disse. Sou lava e tempo de tudo mais.
É de fogo esta mão que te estendo. Olha-me nos olhos e vem somente porque eu também vejo fogo no teu olhar. O mesmo fogo que me alimenta. Vem sem medo de te queimares, porque se te queimares será em mim que vai arder.
Vem voar comigo que as minhas asas são de fogo. Vem conhecer o outro lado do céu que se revela por nós. Vem que eu prometo não largar a tua mão. Porque o meu fogo é o teu fogo, a minha mão é a tua mão e as minhas asas são as tuas.
Voaremos juntos e quando o cansaço nos tomar eu aconchego-te no meu peito e as minhas asas de fogo fechar-se-ão sobre nós até ao nascer do dia.

Saturday, April 08, 2006 

Vens comigo?...

No fundo sabia que não percebias quando te perguntava pelo caminho. Não percebias quando te pegava na mão, quando te olhava nos olhos e permanecia em silêncio. Não percebeste a sombra no meu beijo nem quando deixaste de estar em mim.
Lembro-me quando, um dia, me pediste uma fotografia do meu amor por ti. Vesti-o da cor do tempo e procurei que o reconhecesses em ti, sobretudo que te reconhecesses em mim. Rasgaste todos os meus retratos. Porque o meu amor tem as cores da sepia e tu nunca deixaste de procurar as tuas cores.
Caminhei descalço por todos os lugares que foram nossos, porque eu conhecia-os de cor. Procurei por ti e olhei-te nos olhos. Estendi-te a minha mão, apontei-te um caminho, violei códigos de silêncio e segredei-te ao ouvido: “Não largues o meu olhar. Vens comigo?”
Apenas os meus passos ecoaram no espaço. Não vieste.

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