Wednesday, September 20, 2006 

Regresso...

Para quem ainda me procura aqui...digo-vos que regressei em Tons de Vermelho

www.tonsdevermelho.blogspot.com

Thursday, August 03, 2006 

Do fim...

O tempo passou incólume...o fogo outrora fúria incontida lentamente acabou por perder toda a sua intensidade! Até as chamas clamaram pelas cinzas em breves metamorfoses. Porque ontem fui chama acesa em mim e hoje recriei-me nas cinzas dos afectos e das palavras. As horas passaram...as questões multiplicaram-se e as dúvidas, essas há muito que destilaram angústia e hoje são cálices de redenção. Abriram-se as portas do ser e da chama nasceu a cinza que dará lugar a novas chamas em ciclos perpétuos de fogo que emanam da minha vontade transcendente! Porque saberás onde me encontrar. Porque se vieres à minha procura saberás sempre onde me encontrar. Vem até mim se souberes as respostas! Esta foi a cinza das horas...Esta é a cinza das minhas horas.

Sunday, July 09, 2006 

Do que não te falei...

Nunca te falei do sítio onde morava. Não te falei de quartos erigidos a paredes de recusas e das janelas que abria para todos os silêncios que eu tornava ensurdecedores. Nunca te falei das cartas rasgadas, do soalho já gasto por todos os passos de clausura, de todos os versos brancos que deixei tatuados em mim. Nunca te falei de todos os modos em que me recriava em novas personagens para me esconder de mim. De ti. De nós.
Nunca te falei do sítio onde me encontrava, não te falei de como as minhas asas eram frágeis e de todas palavras etéreas que disfarçava de violinos para que não as reconhecesse como minhas.
Nunca te falei desse espaço que abriste de par em par, nunca te falei de todos os segredos que as paredes deste espaço quieto sussurravam, nunca te falei de quando abandonei as certezas e caminhei em direcção a ti. Porque tu não precisas de saber. Porque só tu me dás o encontro e o ser. Porque nunca te disse o quanto gosto de ti. Porque sei que o sabes. E se a dúvida se afigurar, pede-me um beijo. Só assim saberás o quanto gosto de ti.

Monday, June 19, 2006 

Morrem as palavras em mim...

Morrem as palavras na minha boca, porque as não sei dizer como precisas ouvir. Morrem as palavras em mim e ressuscitam em silêncios de fogo e mar. Porque eu sou o fogo e tu o mar que me envolve.
Morrem as palavras na voz amordaçada, nesta voz que esculpia esperas e recusas. Morrem as palavras que trago nas minhas mãos, nestas mãos que se demoram pelo teu corpo, que procuram as tuas e, sobretudo, que te procuram.
Morrem as minhas palavras em mim para ressurgirem ao som de violinos e de pianos na tua boca, porque podem morrer as palavras em mim, porque posso silenciar o que tenho para te dizer com um beijo, porque podem gastar-se as minhas palavras, apenas porque sei que ouvirás o seu eco em ti. Eu cada vez mais oiço as tuas palavras. Cada vez mais te oiço em mim. Cada vez mais vives em mim. E tu ouves?

Monday, June 05, 2006 

Amanhecer...

Em silêncio levantou-se da cama. Devagar já que não a queria acordar. Ela dormia e ele ficou a admirar os contornos dos seus lábios que lhe traziam o sabor do céu e a cor da música. Lentamente, libertou-a do seu abraço e dirigiu-se à janela.
Ainda a noite não se tinha despedido e ele abriu a janela, encostou-se ao parapeito e deixou que a noite a tocasse. A luz da noite e a brisa nocturna percorreram-lhe a silhueta que ele houvera percorrido com os lábios. Ela moveu-se e a pele arrepiou-se, exactamente como quando ele a beija no pescoço, quando com um beijo lhe diz o quanto gosta dela.
A brisa percorre o rosto dela, detendo-se suavemente nos lábios e sussurando o quanto têm para descobrir. Ele acende um cigarro, pensativo, figurativo e desejado...e fuma-o lenta e atentamente, como se através do cigarro pudesse descobrir tudo o que ela tem para lhe dizer. Então, inebria-se no fumo que dança à sua volta, provocando-o numa brincadeira de crianças e ele deixa-se levar na sucessão rítmica de tragos de fumo. Por ele, por ela...por ambos que são únicos.
A noite vai-se diluindo em manhãs prometidas e o sol pede permissão para entrar no quarto, enquanto ele continua preso a ela na distância dum olhar que amanhece. Ele aproxima-se da cama, afaga-lhe os cabelos numa carícia desejada e acorda-a suavemente com um sorriso que traz consigo o despertar. Ele beija-a. Ela retribui o beijo. E ele num sussurro deseja que ela amanheça todos os dias com ele.

Tuesday, May 16, 2006 

Aconteces em mim...

Deixei que tomasses o teu lugar em mim, aquele que tantas vezes me neguei. Aquele que tantas vezes te neguei. Foram tantas as que por mim passaram, foram tantas as que por mim quis que ficassem. Mas apenas tu aconteceste em mim. Apenas tu que apagaste presenças do passado e que me lês silenciosamente nesta sucessão de palavras desavindas.
Aconteceste em mim. Deste nome a todas as minhas palavras e conquistas-me sempre que me olhas nos olhos e me pedes um beijo. E nesse momento aconteces em mim, porque sei que sou teu e tu também me pertences neste jogo de bocas que se encontram. Aconteces em mim sempre que nomeias cada um dos meus silêncios, porque podes ser tu. Ou não. Mas para quê falar de futuros se é o presente que temos em mãos? E neste presente trago-te em mim, aconchego-te no meu peito e procuro a tua boca para te segredar que cada vez mais aconteces em mim.

Friday, April 28, 2006 

A sangue tatuei o teu nome...

Escrevi a sangue o teu nome em mim para que me corresses nas veias. E foi por ti que sangrei, como sangraria agora e outra vez. Apenas por ti e para ti. Apenas para que cicatrizasses em mim. Para que o teu nome me arrancasse esta pele de ausência, esta pele que há muito que está tatuada pelo teu nome.
Tatuei todas as letras do teu nome nesta corrente rubra de muito mais e deixei que revirasses as gavetas do passado. Contigo aprendi que as gavetas há muito que não deviam ter chaves e que dói mais a incerteza do que uma presença no passado. Pertenço-te nesta certeza de pactos de sangue e é contigo que partilho silêncios de fogo que tanto têm para nos dizer.
E hoje volto a dar o teu nome à minha pele, volto a sangrar por ti e quando me perguntares porque motivo o faço...diluo todas as razões em ti e responder-te-ei que o faço apenas para que me vejas cicatrizar com um sorriso. Porque se um dia me magoares quero que o faças a sorrir.

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