Açor...
Tens no olhar aromas de maresias e o calor de torrentes de lava, e tu melhor do que ninguém soubeste respeitar códigos do silêncio que por momentos impus entre nós. Abriste a janela e deixaste que a noite ouvisse o que tinha para te dizer. E por momentos o silêncio foi pesado, contudo eu sabia que aquele era o momento para me libertar das amarras do passado. Chorei contigo, expus as minhas fragilidades e dei-te a conhecer feridas que nunca chegaram a cicatrizar. Não me arrependo de o ter feito entre esperas, silêncios e cigarros e foi reconfortante sentir-te tão próximo, na tua presença silenciosa e disponível.
És angra em mim e limpaste as minhas lágrimas com a celebração das palavras que em ti tomam a forma do voo de um açor. Sabias que podes voar? E sempre que voares, eu abrirei as minhas asas e voarei contigo. Porque o teu caminho é o meu caminho e a tua felicidade é a minha. És a vitória do fogo feito lava e do renascer do amanhã. Imortalizaste momentos e levaste-me a acreditar que eu também posso ser feliz. E eu não tenho dúvidas de que tu vais ser feliz, uma vez que mereces sê-lo.
Deste-me a conhecer uma ilha que tens por tua e eu mostrei-te a ilha do meu derradeiro eu. Inundaste-me em marés de generosidade e foste istmos de terra basáltica que eu não sabia existirem.
E hoje não posso falar da distância entre nós, sei que estás guardado no calor de um abraço, no aroma de uma noite que parecia ter horas acrescidas apenas por nós, no brilho do teu olhar e nas longas caminhadas perto do mar. Deixei-te tanto de mim e trouxe tanto de ti.
Deste um nome à amizade, contigo ela também se chama Martim. Tu és transcendência e aliança. Renovação e utopia. O encontro sincero da amizade. E por seres assim eu facilmente abdicaria de mim sem olhar para trás sequer. Sem remorsos. Sem culpa.
Nesta esfera de sentimentos, fui apenas leito de basaltos e vales de verdes sonhos onde pintaste espumas de recordações e brisas de anseios. Por tudo o que somos, por ti, por mim e em nome da AMIZADE.
Os corredores estarão sempre abertos para novas travessias!
Sabes, é feio pôr pessoas da minha idade a chorar em frente ao computador...
Abraço. Aquele. Martim
Posted by Martim | 7:37 pm
Sabes martim...fica pelo momento de ontem em que te disse isto a chorar!
Es um ser humano de excepçao
Abraço. ENORME.
walter
Posted by Walter | 7:49 pm
Não tenho palavras para comentar tão bonita amizade...
Não só em palavras doces num texto maravilhoso, mas igualmente pelos comentários muito sentidos e emocionantes.
Parabéns a todos vocês...por serem quem são...
Posted by Morfeu | 10:43 pm
Que tão linda demonstração de amizade. Quer de um lado... o que acabei de ler. quer do outro... o que originou tão belo texto.
Abraço
Posted by Luís | 9:41 pm
Hmm.... Bem!!! Não é suposto dizer asneiras aqui, mas eu diria uma..., tipo, só para poder expressar duma forma brutal o que escreves aqui...
Uma linda forma de expressares uma linda amizade...
Parabéns!!!
Demais!
Abraço, enorme, PEdro
Posted by Blogger | 3:43 pm
Um texto fascinante... Não creio que deva dizer mais nada... Há coisas que são, em si próprias, belas... E o silêncio atento é, talvez, a melhor forma de estar perto dessa Beleza.
Um abraço,
Tiago.
Posted by Ricardo Simaes | 2:28 am
Um reencontro, uma amizade bonita, uma alma sensivel, a TUA!
Beijo da Lina
Posted by Que Bem Cheira A Maresia | 4:38 pm
É tão lindo, tão perfeito que me apetece chorar... Não sei pq já ñ consigo...
Amor, o amor de uma amizade. Felizes de vós...
Está ... *
Posted by Anonymous | 8:44 pm
Martim, Orfeu, Dreamer, Walter,
não há palavras para a qualidade dos posts que Vocês têm a generosidade de partilhar.
Um bem-haja para todos Vós, Poetas da minha terra, Poetas dos meus dias.
Das poetisas direi noutro dia.
Posted by Ana | 5:38 pm
Olá... escreveste assim... num encanto, num sentimento, numa inspiração, num enorme coração...
E Angra continua sem o cheiro a mar, mas a transbordar de existência plena... o mar!...
:)
Posted by Eli | 7:57 pm