Este é o meu livro de areia feito...
Houve um dia em que me reencontrei com as palavras desavindas. Em mim convoquei a sua convergência e fiz brotar a minha obra, o livro que escrevi por todas as palavras que não fui capaz de proferir. Este é o meu livro de areia feito.
Em todas as páginas encontro tanta gente, encontro-me e não encontro ninguém. Como se todas as pessoas e ninguém partilhassem o espaço que eu não me soube preencher...
Nele cito sentimentos sem os sentir verdadeiramente, pois todos os sentimentos se transmitem melhor se forem alheios. O seu carácter quando nossos é demasiado revelador.
Revivo memórias do pretérito que guardei em todas as portas que fechei por cada página a que conferi existência. Descubro-me nos vestígios das fronteiras que foram apagadas pelas marés que eu não soube deter.
Depois de terminado tomei-o em minhas mãos, elevei-o e deixei que o vento o folheasse. Então eu que em areia me descrevi, pelo vento me dispersei. Assim o meu livro nunca chegou a existir.
Em todas as páginas encontro tanta gente, encontro-me e não encontro ninguém. Como se todas as pessoas e ninguém partilhassem o espaço que eu não me soube preencher...
Nele cito sentimentos sem os sentir verdadeiramente, pois todos os sentimentos se transmitem melhor se forem alheios. O seu carácter quando nossos é demasiado revelador.
Revivo memórias do pretérito que guardei em todas as portas que fechei por cada página a que conferi existência. Descubro-me nos vestígios das fronteiras que foram apagadas pelas marés que eu não soube deter.
Depois de terminado tomei-o em minhas mãos, elevei-o e deixei que o vento o folheasse. Então eu que em areia me descrevi, pelo vento me dispersei. Assim o meu livro nunca chegou a existir.