« Home | Perdido... » | Ao tempo entoo o meu canto de dor e mágoa... » | Trago em mim a inquietação por isso todos os lugar... » | "Agora conheço em parte; mas, depois, conhecerei c... » | De cinza todos nascemos, à cinza acabamos por reto... » | Aqui onde vejo construir o que de nada se constrói... » | Encenação da felicidade e invulgaridade dos impro... » | São aqueles que recordo os que sempre me esquecem... » | O sentir é impreciso... » | Constatações... » 

Tuesday, November 30, 2004 

Este é o meu livro de areia feito...

Houve um dia em que me reencontrei com as palavras desavindas. Em mim convoquei a sua convergência e fiz brotar a minha obra, o livro que escrevi por todas as palavras que não fui capaz de proferir. Este é o meu livro de areia feito.
Em todas as páginas encontro tanta gente, encontro-me e não encontro ninguém. Como se todas as pessoas e ninguém partilhassem o espaço que eu não me soube preencher...
Nele cito sentimentos sem os sentir verdadeiramente, pois todos os sentimentos se transmitem melhor se forem alheios. O seu carácter quando nossos é demasiado revelador.
Revivo memórias do pretérito que guardei em todas as portas que fechei por cada página a que conferi existência. Descubro-me nos vestígios das fronteiras que foram apagadas pelas marés que eu não soube deter.
Depois de terminado tomei-o em minhas mãos, elevei-o e deixei que o vento o folheasse. Então eu que em areia me descrevi, pelo vento me dispersei. Assim o meu livro nunca chegou a existir.

on-line

Powered by Blogger

online
Spyware Remover Page copy protected against web site content infringement by Copyscape