Tuesday, January 24, 2006 

Por ti, apenas por ti...

Rasguei as tuas depois de ter rasgado as minhas. Uma a uma com um sorriso vitorioso nos lábios, como se te quisesse mostrar que não preciso de ti. A mim abandonaram-me as palavras e como posso guardar as tuas, se as minhas não possuo? Vem que hoje espero por ti e trago no beijo o silêncio das palavras indizíveis. Vem esta noite ou mesmo amanhã...mas vem que eu espero por ti.
Vem que eu deixo a porta encostada e a luz acesa, mas espero que te lembres de bater antes de entrar. Anda que eu prometo que teremos música, a tua, a minha, a nossa. E hoje dançaremos juntos no mesmo compasso do beijo. A minha mão na tua mão, a minha boca na tua e o meu corpo no teu. Anda que eu espero ouvir a tua respiração no meu ouvido... e enquanto somos indivisíveis violas os meus códigos de silêncio e murmuras-me ao ouvido que és minha.
Tenho medo de me perder em ti. Tenho sobretudo medo de te perder quando já for tarde de mais para não doer. Não me peças mais do que te darei. Não posso dar mais de mim se me sentir preso a ti. Por isso deixa-me partir e sentir a tua falta. Pois se me deixares partir, terás a certeza de que voltarei para ti. Por ti.

Monday, January 09, 2006 

Amar-me-ás?...

No início pensava que me protegia de ti. Pensava que tu, à minha semelhança, nunca me saberias preencher. Odiava quando me olhavas nos olhos e me dizias que eu estava a mentir. Que te mentia sempre que te dizia que não te pertencia. Sempre odiei quando não te podia ferir com as minhas palavras, porque já as conhecias bem demais. Odiava saber que estava à tua mercê e que apenas eu não o reconhecia. Odiava sobretudo saber que poderia amar-te mais do que estava disposto.
E agora entrego-me a ti, despido de passados que não te pertencem. A ti concedo a nudez do presente e é a ti que te peço que me guardes nas tuas mãos e me leves contigo. Anda, vem daí comigo. Venda os olhos se fores capaz e reconhece-me sempre que te fuja. Porque os nossos corpos falam a mesma língua do desejo e trocamos todas as palavras no silêncio de um beijo de mel e de fogo. Anda daí que temos tempo e violinos. Vem que a nossa eternidade pode ser hoje e não mais. Vem beber das minhas mãos a entrega que te neguei. Não me ames sem que te peça, amar-me-ás sempre que não te pedir?

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