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Monday, August 02, 2004 

Acreditar é ver no rosto dos outros o rasto do infinito...

Mais uma vez a porta não se quis abrir... dei por mim vagueando sobre a minha existência já que a dos outros não atravessam portas! Nenhuma existência é suficientemente etérea para o conseguir fazer! A minha encontra-se resumida a quatro paredes, uma janela e uma porta...
Perguntei porque não acredito em mim. Porque tudo o que digo "é mentira esparsa" (alguém algum dia o disse e eu nunca o acreditei...vejo agora o quão verdadeiro é). Preferi sempre forçar a minha farsa!
Posto isto interroguei-me acerca de acreditar nos outros. Quando é que acreditamos naquilo que os outros nos dizem?? Talvez apenas quando isso for verdade para nós mesmos! Perguntei-me infinitamente o que é acreditar nos outros. As hipóteses apesar de serem todas viáveis não pareciam responder a esta minha questão. Subitamente esta hipótese começou a ganhar forma...revestiu-se de força suficiente para resistir à falsificabilidade e trouxe a resposta à minha dúvida! Acreditar é ver no rosto dos outros o rasto do infinito...
Obrigado a todos aqueles que me mostram o rasto do infinito num olhar, num gesto ou na sua simples presença. Obrigado a todos os que do outro lado da porta (o que quer que esse lugar seja) experimentam abri-la. E a chave continua por dentro...
O meu infinito converge no infinito de todas essas pessoas e vai muito mais além desta porta que teima em não abrir. Porque o infinito ao contrário das existências é absolutamente etéreo...

Para mim a verdade não pode existir, seria demasiado aberrante.
Sustento apenas considerações, desde o princípio do dia à imprecisa noite.
Depois durmo. Se acordo tudo se sume para dentro de mim...por vezes não as encontro
nos arredondamentos da memória e quando o faço é como se o dia estivesse de novo para acabar
e eu estivesse dentro de outro pesado sono.

Não sei o que será esse "rasto de infinito" que encontramos nos outros, nem sei mesmo se essa não
será apenas mais uma impressão, como aquelas que surgem quando se anda de balouço...
Acreditar, talvez possa ser o mais ingénuo dos actos humanos, contudo acredito que vale a pena
sofrer o risco...assim como vale a pena o risco de rodar uma chave para o disperso exterior...
Afinal do outro lado só existem nuvens-de-tudo, e as nuvens podem ser agradáveis mesmo quando chove.

Não esculpas mais demoras...

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