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Tuesday, October 12, 2004 

"Oiço a voz subir os últimos degraus Oiço a palavra alada impessoal Que reconheço por não ser já minha"...

Assisto à passagem do tempo. Perco-me na interminável sucessão dos seus instantes, o altar onde sacrifico incertezas para atingir a redenção da espera.
Termino o sacrifício e liberto-me do jugo opressivo e soturno da espera, a regente das expectativas infundadas e em constante devir. Dirijo-me à janela. Nada se destaca da mediocridade invariável da rua.
Vagueio no labirinto onde as emoções se dispersam e procuro a saída. Como encontrá-la se por cada inacção me anulo nos arredondamentos das horas? Como encontrá-la se me condeno ao perpétuo fogo lento da apatia? Deixo arder esta fogueira na ânsia de encontrar a saída na cinza das horas...
Sinto uma presença no exterior, a qual se encontra traduzida por palavras que me são dirigidas. A resposta de Jade chegou. Leio a carta com as emoções que para ela transfiro:

A vida é muito mais do que um jogo de espelhos. Viver é mais vasto do que simplesmente mergulhar em olhares vazios. Não te resumas à suficiência de um olhar já de si insuficiente...
Aceita as rédeas da tua vida pois é teu o livre arbítrio. Procura-te onde nunca pensaste estar e revela-te como nunca pensaste ser, pois não somos mais do que ser e estar.

“Abre e porta e caminha
Cá fora
Na nitidez salina do real”
S. Andresen

"O real é um Subcojunto do possível"

By Teresa MAchado

Mas a vida é conjunto do real e do irreal.
A Polegar

Caminha, caminha, caminha...CÁ PARA FORA

Mindinha

Se o real é um subconjunto do possível o que tens para me dizer acerca do irreal? Será apenas um subconjunto do impossível?
Não me parece justo categorizá-lo como tal...contudo tb nao sei como o categorizar!

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