Sede de mais...
Quando o tempo anunciava manhãs subvertidas a recusas, as horas nunca foram mais do que insuficiências. Hoje o tempo continua desigual, dissolve-se em espelhos do que em mim guardo e perde-se em tons monocórdicos que preenchem com sofreguidão convicções vazias.
Trago no olhar duas luas, uma lua cheia de sentires inocentes e uma lua nova de palavras abandonadas, contudo ainda não sei conjugar em mim o verbo fundir. Não sou alquimista de interiores nem conheço os teoremas e proposições que pertencem ao cerne da existência, apenas conheço as imagens e o jogo de tonalidades de que me revisto nesta pintura inacabada. Não há apenas sangue nestas veias que tenho por minhas. Há bem mais do que apenas isso, corre igualmente sede de mais. Sede de buscas e de aceitações. Sede de horizontes meus. Sede de ti e por ti, que um dia me darás de beber pelas tuas mãos.
Fechei as portas à razão e desencontrei-me das palavras, porque a verdadeira compreensão não se faz de palavras, a compreensão ergue-se em metáforas silenciosas e encontros impessoais. Hoje o sentido do tempo é esparso e não se resigna a clepsidras e ampulhetas. Hoje defino-me em pontos e planos numa geometria que é muito mais do que rectas e compassos. Hoje procurei em ti um pouco mais de mim.
"Hoje procurei em ti um pouco mais de mim."
E o que encontraste?... algo de maravilhoso aposto!!!
Um abracinhu
Posted by moon between golden stars | 12:28 pm
Adorei este texto, como aliás é tónica nas coisas que escreves. Uma vez mais revelas um sentido "daquilo que se nos escapa sempre por entre os dedos e o olhoar"... Pressinto que a essência de uma forma de sentir poética é precisamente essa. Uma vez mais, adorei.
Um forte abraço,
Ricardo.
Posted by Ricardo Simaes | 12:38 pm
love is in the air... na na na.. mas que bem... ehe. parece-me que sim, não vou dizer que tá lindo e maravilhoso e etc, etc, isso já se sabe, fiquei foi estupefacto com a mensagem subjacente aqui, ehe.
abraço
pedro
Posted by Blogger | 6:13 pm
Árduo e doce prazer do aprendizado, cotidiano...
Posted by Cristiano Contreiras | 2:39 am
Gostei de suas palavras. Espontaneas, verdadeiras, naturais.
"Sede de buscas e de aceitações. Sede de horizontes meus."
Sinto o que descreveu neste verso, me identifiquei. Por sinal, já escrevi sobre esta sensação de sede antes.
Gostei do seu blog, guardei o endereço para voltar.
Um abraço.
Posted by Fernando Palma | 1:49 pm
As tuas palavras seduzem de uma forma doce quem as lê...e é impossivel ficar indiferente a tal ternura expressa em palavras. Sede de Mais para viver, Sede de mais para Amar e descobrir a plenitude de Nós mesmos perante esse Amor, Sede de mais para ser Amado.
Um grande abraço
Posted by Morfeu | 12:42 pm