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Wednesday, August 31, 2005 

Danúbio...

Costumavas pegar na minha mão e segredavas-me ao ouvido palavras que me embriagavam os sentidos e me deixavam à mercê da tua vontade. Dissolvias as sombras nos teus passos e congregavas em ti uma estranha luz de certezas que entorpecia esta racionalidade absurda que me abraça. Escolhias uma estranha linguagem de gestos, de silêncios e de palavras que me inebriavam e me tornavam numa personagem desse teu mundo desequilibrado de ausências e de presenças fugazes.
Sempre me soubeste conduzir nessas tuas valsas pelos salões de Viena que me davas a conhecer apenas quando me falavas deles. E a valsa prosseguia como se guardasses Strauss na tua voz e o teu corpo obrigava-me a seguir-te em compassos ternários de envolvências.
Dançávamos em círculos demasiado perfeitos que circunscreviam promessas futuras e palavras despidas de presentes. Enquanto estávamos à minha margem falavas de sociedades secretas e do sabor da eternidade, contudo ambos desconhecíamos as longas cadeias de tempo que a construíam. E a valsa prosseguia nesta indefinição de sentimentos e das horas.
Contigo os segredos tinham a transcendência da cor e a valsa era revestida de ilusões! E contigo o Danúbio era multicolor e eterno…contigo o Danúbio sempre foi mais azul. Mas hoje a valsa cessou e o Danúbio continua a correr. Só não encontro sinais de ti.

Contigo o instante pára no tempo. a leitura torna-se suave e imagino cada local que escolhes.

Sabes do que falas.
Vejo cinzas que esvoaçam no tempo e no espaço e que prossegues numa dança da vida, daquelas danças que precisam de par...

...como a valsa...

Esqueci-me de sorrir :)

Perdoa-me...

mais uma vez adorei... consegues sempre colocar qualquer coisa de misterioso nos teus textos! :)
*

Repito-me se te disser que gostei deste especialmente, mas gostei, também. Beijo

Os passos da valsa formam um quadrado e foi isso que me apeteceu fazer com as tuas palavras, um quadrado ritmado e sentido.
Beijo

Ler-te é fabuloso, adorei viajei em teu post, e senti-me uma intrusa na tua escrita, mas vou voltar porque te adorei.Beijinhos

Muito bonito, as danças que o nosso Amor conduz são eternas e nunca esquecidas. Podemos mudar de musica, de salões onde dançamos...mas...sabemos sempre qual a dança que mais gostamos de dançar.
Gostei muito...um abraço

Levas-me sempre a viajar... a imaginar-me dentro desses teus mágicos pensamentos...
Deixo-te uma proposta...danças?

Gosto especialmente da forma como consegues falar das outras pessoas. Parece que me apresentaste uma nova amiga, misteriosa, um tanto ou pouco louca no seu misterio.
Fora as apresentações...

Resta-me dizer-te que não sei dançar, nem levo a minha vida ao som de uma valsa. Alias, sou demasiado descompassada para tal.
Mas sei dizer segredos, sem ritmo, que tentam imitar poesias bonitas. E sei inventar muito... Quase mentir muito... Tanto que quase sou capaz de te dizer que afinal sem dançar. E que canto segredos para embalar.

Mas que se lixe o que eu faço...
Interessa que há pessoas que não deixam rasto, que deixam um vazio enorme ca dentro... Mas mais importante que isso deixam nos a possiblidade de mais músicas, mais segredos.

Tens coragem de dançar a dança da vida? Sem compassos certos? E sem ninguem para te guiar?

Um beijo (dos grandes)

Isto tem uma pitada de inspiração de Dan Brown ñ ?! :P

Bjs grandes *

Polegar ;)

Um quadro pintado com ispiração de um passado... de um passado histórico e de um passado sentido, teu.
Gostei dos jogos de palavras com a cor do Danúbio :)

Acima de tudo, um bonito texto de amor...!!

Beijinho*
Obrigada pelas palavras no meu canto!

Keridos Amigos

As férias terminaram...
...assim como um muro de areia
se desfaz... frente a uma onda... mais ousada.

o tempo passou
sem horários...
livre...
repousante...
um pouco dorido...
e
guloso.

não foram as melhores férias
...pois a saúde falhou um pouco
e
não ajudou
como deveria,
porém foi tão bom
estar junto dos meus deuses
que até o tratamento me pareceu mais leve.

devo dizer-vos
que senti saudades
das palavras
dos desenhos
das músicas
das imagens
a que todos vocês me habituaram
(principalmente
quando era castigada
pela imobilidade da medicação)
...mas...
para o ano
levarei comigo um portátil
que irei ganhar no euro-milhões...
... por esse motivo vou desde já começar
a lançar a sorte
e escolher os números.

Keridos
tudo isto para vos dizer
que não vos esqueci
e
para avisar
que a partir de hoje
vou perder
muitas horas gulosas...
a “fazer visitas”.

Beijux létinha.

Ps. desculpem ter usado a mesma
mensagem para todos...
mas não foi possível “personalizar”
.....................................
obrigada pelo “perdão”
.....................................
sois uns amores.

Olá Walter!

Uma vez mais, fiquei deliciado ao ler um texto teu. É impressionante a força e a segurança das tuas palavras e, como conseuqência lógica disto e do teu sentido estético, a envolvência das mesmas. Parabéns.

Um abraço,

Ricardo

esta dançado amor tocou-me.

Sim, as cores mudam tanto de dentro de nós! E na verdade há nestas danças uma montanha mágica, cuja magia parece que se perde quando as danças param. Mas por vezes é assim mesmo, não é? Até o renascimento de nós mesmos, noutras estrelas ...

Mais uma vez um texto envolvente, a transportar-nos para cenários de tamanhos imensos, num bocadinho de nós, de cada um de nós. Parabéns, Walter. E obrigado pelas tuas palavras.

Um abraço

gostei muito deste post, principalmente as duas primeiras frases, foram muito bem conseguidas..... Agora nunca me tinhas falado desse teu fascinio pelo "danubio azul"

bjinhos Fura Bolos

Esse "azul" transporta consigo uma aura e um mistério que enebria os homens e os leva quase ao desespero... Desespero de indefinições!
Um texto soberbamente construído [vivido], por onde nos conduzes entre sonhos de eternidades. Magnífico!

Abraço. Martim

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