Danúbio...
Costumavas pegar na minha mão e segredavas-me ao ouvido palavras que me embriagavam os sentidos e me deixavam à mercê da tua vontade. Dissolvias as sombras nos teus passos e congregavas em ti uma estranha luz de certezas que entorpecia esta racionalidade absurda que me abraça. Escolhias uma estranha linguagem de gestos, de silêncios e de palavras que me inebriavam e me tornavam numa personagem desse teu mundo desequilibrado de ausências e de presenças fugazes.
Sempre me soubeste conduzir nessas tuas valsas pelos salões de Viena que me davas a conhecer apenas quando me falavas deles. E a valsa prosseguia como se guardasses Strauss na tua voz e o teu corpo obrigava-me a seguir-te em compassos ternários de envolvências.
Dançávamos em círculos demasiado perfeitos que circunscreviam promessas futuras e palavras despidas de presentes. Enquanto estávamos à minha margem falavas de sociedades secretas e do sabor da eternidade, contudo ambos desconhecíamos as longas cadeias de tempo que a construíam. E a valsa prosseguia nesta indefinição de sentimentos e das horas.
Contigo os segredos tinham a transcendência da cor e a valsa era revestida de ilusões! E contigo o Danúbio era multicolor e eterno…contigo o Danúbio sempre foi mais azul. Mas hoje a valsa cessou e o Danúbio continua a correr. Só não encontro sinais de ti.
Contigo o instante pára no tempo. a leitura torna-se suave e imagino cada local que escolhes.
Posted by Luís | 10:27 pm
Sabes do que falas.
Vejo cinzas que esvoaçam no tempo e no espaço e que prossegues numa dança da vida, daquelas danças que precisam de par...
...como a valsa...
Posted by Eli | 3:54 am
Esqueci-me de sorrir :)
Perdoa-me...
Posted by Eli | 4:55 am
mais uma vez adorei... consegues sempre colocar qualquer coisa de misterioso nos teus textos! :)
*
Posted by rita | 12:49 pm
Repito-me se te disser que gostei deste especialmente, mas gostei, também. Beijo
Posted by Marta | 12:49 pm
Os passos da valsa formam um quadrado e foi isso que me apeteceu fazer com as tuas palavras, um quadrado ritmado e sentido.
Beijo
Posted by mar revolto | 1:41 pm
Ler-te é fabuloso, adorei viajei em teu post, e senti-me uma intrusa na tua escrita, mas vou voltar porque te adorei.Beijinhos
Posted by Crepúsculo Maria da Graça Oliveira Gomes | 5:47 pm
Muito bonito, as danças que o nosso Amor conduz são eternas e nunca esquecidas. Podemos mudar de musica, de salões onde dançamos...mas...sabemos sempre qual a dança que mais gostamos de dançar.
Gostei muito...um abraço
Posted by Morfeu | 11:42 pm
Levas-me sempre a viajar... a imaginar-me dentro desses teus mágicos pensamentos...
Deixo-te uma proposta...danças?
Posted by moon between golden stars | 12:09 pm
Gosto especialmente da forma como consegues falar das outras pessoas. Parece que me apresentaste uma nova amiga, misteriosa, um tanto ou pouco louca no seu misterio.
Fora as apresentações...
Resta-me dizer-te que não sei dançar, nem levo a minha vida ao som de uma valsa. Alias, sou demasiado descompassada para tal.
Mas sei dizer segredos, sem ritmo, que tentam imitar poesias bonitas. E sei inventar muito... Quase mentir muito... Tanto que quase sou capaz de te dizer que afinal sem dançar. E que canto segredos para embalar.
Mas que se lixe o que eu faço...
Interessa que há pessoas que não deixam rasto, que deixam um vazio enorme ca dentro... Mas mais importante que isso deixam nos a possiblidade de mais músicas, mais segredos.
Tens coragem de dançar a dança da vida? Sem compassos certos? E sem ninguem para te guiar?
Um beijo (dos grandes)
Posted by Patrícia Mota | 1:43 pm
Isto tem uma pitada de inspiração de Dan Brown ñ ?! :P
Bjs grandes *
Polegar ;)
Posted by Mãozinhas | 4:32 pm
Um quadro pintado com ispiração de um passado... de um passado histórico e de um passado sentido, teu.
Gostei dos jogos de palavras com a cor do Danúbio :)
Acima de tudo, um bonito texto de amor...!!
Beijinho*
Obrigada pelas palavras no meu canto!
Posted by Anonymous | 6:10 pm
Keridos Amigos
As férias terminaram...
...assim como um muro de areia
se desfaz... frente a uma onda... mais ousada.
o tempo passou
sem horários...
livre...
repousante...
um pouco dorido...
e
guloso.
não foram as melhores férias
...pois a saúde falhou um pouco
e
não ajudou
como deveria,
porém foi tão bom
estar junto dos meus deuses
que até o tratamento me pareceu mais leve.
devo dizer-vos
que senti saudades
das palavras
dos desenhos
das músicas
das imagens
a que todos vocês me habituaram
(principalmente
quando era castigada
pela imobilidade da medicação)
...mas...
para o ano
levarei comigo um portátil
que irei ganhar no euro-milhões...
... por esse motivo vou desde já começar
a lançar a sorte
e escolher os números.
Keridos
tudo isto para vos dizer
que não vos esqueci
e
para avisar
que a partir de hoje
vou perder
muitas horas gulosas...
a “fazer visitas”.
Beijux létinha.
Ps. desculpem ter usado a mesma
mensagem para todos...
mas não foi possível “personalizar”
.....................................
obrigada pelo “perdão”
.....................................
sois uns amores.
Posted by "Sonhos Sonhados" e "Os Filmes da Minha Vida!" | 3:34 am
Olá Walter!
Uma vez mais, fiquei deliciado ao ler um texto teu. É impressionante a força e a segurança das tuas palavras e, como conseuqência lógica disto e do teu sentido estético, a envolvência das mesmas. Parabéns.
Um abraço,
Ricardo
Posted by Ricardo Simaes | 10:06 pm
esta dançado amor tocou-me.
Posted by Isa Maria | 6:50 am
Sim, as cores mudam tanto de dentro de nós! E na verdade há nestas danças uma montanha mágica, cuja magia parece que se perde quando as danças param. Mas por vezes é assim mesmo, não é? Até o renascimento de nós mesmos, noutras estrelas ...
Mais uma vez um texto envolvente, a transportar-nos para cenários de tamanhos imensos, num bocadinho de nós, de cada um de nós. Parabéns, Walter. E obrigado pelas tuas palavras.
Um abraço
Posted by Anonymous | 4:57 pm
gostei muito deste post, principalmente as duas primeiras frases, foram muito bem conseguidas..... Agora nunca me tinhas falado desse teu fascinio pelo "danubio azul"
bjinhos Fura Bolos
Posted by Mãozinhas | 10:57 pm
Esse "azul" transporta consigo uma aura e um mistério que enebria os homens e os leva quase ao desespero... Desespero de indefinições!
Um texto soberbamente construído [vivido], por onde nos conduzes entre sonhos de eternidades. Magnífico!
Abraço. Martim
Posted by Martim | 11:49 am