Estação das chuvas...
Porque o sentido do tempo é esparso e entranha-se no arredondamento das horas. Porque a sucessão intrínseca dos espaços se mistura e confunde nos limites humanamente imperfeitos do sentir. Porque na conjugação unificada de ambos se anuncia o despontar de uma nova estação.
Nesta estação despimos as suficiências que nos revestem e procuramos as partituras do infinito, aquelas que ardem em claves de sol e laivos de sonatas. Então somos feiticeiros de vontades, cuja magia é corpórea e tem a cor da transcendência. Essa magia é liquida e escorre pelas mãos e se transforma em sementes de nebulosas e de verdades insondáveis que têm a duração das chuvas.
Nesta nova estação de encontros e de definições, as manhãs são transparentes, têm o toque da seda e renunciam a si próprias sempre que as tardes emergem em cálices de fogo, nascem com o brilho do âmbar e diluem-se no aroma a serenidades. Então a noite tem lugar, essa mesma noite que insistimos em travar com as mãos, essa noite de intensidades crescentes que amaina e logo resiste, que nos adormece e logo insiste.
Porque a chuva é opaca e da água brotam fugas e alamedas. Porque celebramos rituais de passagem e de iniciação enquanto chove. Porque esta é a estação das chuvas.
Nesta estação despimos as suficiências que nos revestem e procuramos as partituras do infinito, aquelas que ardem em claves de sol e laivos de sonatas. Então somos feiticeiros de vontades, cuja magia é corpórea e tem a cor da transcendência. Essa magia é liquida e escorre pelas mãos e se transforma em sementes de nebulosas e de verdades insondáveis que têm a duração das chuvas.
Nesta nova estação de encontros e de definições, as manhãs são transparentes, têm o toque da seda e renunciam a si próprias sempre que as tardes emergem em cálices de fogo, nascem com o brilho do âmbar e diluem-se no aroma a serenidades. Então a noite tem lugar, essa mesma noite que insistimos em travar com as mãos, essa noite de intensidades crescentes que amaina e logo resiste, que nos adormece e logo insiste.
Porque a chuva é opaca e da água brotam fugas e alamedas. Porque celebramos rituais de passagem e de iniciação enquanto chove. Porque esta é a estação das chuvas.
"quero saltar para a água para cair no céu." Neruda
bem, novos ares os mesmos bons textos!
abraço...
(tipo já vinhas até aki!)
Posted by JoaquimGilVaz | 8:28 pm
Ainda aqui há dias caminhei meia-hora debaixo de uma chuva deliciosa que me lavou por dentro e por fora. Uma sensação de renovação indiscritível!
Depois de uma estação de seca ou de tempestade, nada como uma estação de chuvas redentoras para o espírito.
E a tua estação parece-me muito bem. A todos os níveis. Bem hajas!
Abraço. Coimbrão. Martim.
Posted by Martim | 10:31 pm
muito bonito.
das chuvas, gosto da sua sublime fragrância. :)
um beijo
Posted by rita | 11:52 am
O Tempo, Estações, Dias e Noites, Sol e Chuva. Permitem mudanças de humores, de sentidos, de vida, magias e sonhos. Somos parte da Natureza e como um todo sofremos as mesmas mutações em harmonia. Somos e tornamo-nos nesses mesmos rituais diferentes e que se desenvolvem em nosso redor.
O texto está muito belo.
Um abraço
Posted by Morfeu | 7:57 pm
Estações são camparadas com o nosso ciclo circadiano... em que a rotina tem que ser preservada, ao contrário que muitos praticam... Particularmente, a estação das chuvas é a purificadora... Chuva, Água, Limpeza...
Polegar
Posted by Mãozinhas | 9:38 pm