Daquilo que somos feitos...
Porque no fundo compreendi Blimunda Sete-Luas e o seu dom sobrenatural de vidência! Transcendi os limites da racionalidade e permiti-me descobrir o que existe além do espelho das fragilidades e das ilusões. Cortei as amarras demasiado perfeitas de tudo aquilo em quis acreditar e declarei a entropia de sentir. Convoquei em mim o livre-arbítrio e dos ventos fiz percursos e das marés viagens a descobrir.
Fui caravelas quinhentistas e dobrei os bojadores que existiam para lá da esfericidade do interior desconhecido. Ignorei os vatícinios do Velho do Restelo tão pessoal e parti disposto a enfrentar os meus adamastores. Alarguei os limites do meu império, revelei pontos cardeais à rosa dos ventos e dei novos mundos ao meu mundo. Foi então que descobri que somos feitos de tempos distintos, da soma desordenada de horas desavindas e de aromas de magnólias. Somos feitos de representações de âmbar, de gemidos de guitarras e de penedos de despedidas. Somos feitos de prosas, poesias e versos brancos. Somos feitos de rasuras e de papéis passados a limpo. Somos feitos de palavras silenciadas por beijos e de beijos que pedem mais palavras e mais silêncios reveladores. Somos feitos de nós e dos outros que em nós vivem eternamente, pois nunca os poderemos expulsar do lugar que conquistaram.
Porque nesta peregrinação me descobri entre multiplas soluções do Livro dos Conselhos. Porque todas as soluções convergem em palavras paralelas. Porque "se puderes olhar, vê. Se puderes ver, repara."
Fui caravelas quinhentistas e dobrei os bojadores que existiam para lá da esfericidade do interior desconhecido. Ignorei os vatícinios do Velho do Restelo tão pessoal e parti disposto a enfrentar os meus adamastores. Alarguei os limites do meu império, revelei pontos cardeais à rosa dos ventos e dei novos mundos ao meu mundo. Foi então que descobri que somos feitos de tempos distintos, da soma desordenada de horas desavindas e de aromas de magnólias. Somos feitos de representações de âmbar, de gemidos de guitarras e de penedos de despedidas. Somos feitos de prosas, poesias e versos brancos. Somos feitos de rasuras e de papéis passados a limpo. Somos feitos de palavras silenciadas por beijos e de beijos que pedem mais palavras e mais silêncios reveladores. Somos feitos de nós e dos outros que em nós vivem eternamente, pois nunca os poderemos expulsar do lugar que conquistaram.
Porque nesta peregrinação me descobri entre multiplas soluções do Livro dos Conselhos. Porque todas as soluções convergem em palavras paralelas. Porque "se puderes olhar, vê. Se puderes ver, repara."
É sempre agradável absorver teu otimismo e palavras de essências das aventuras do cotidiano afim...
Posted by Cristiano Contreiras | 8:59 pm
Gostei dessa forma como relataste todas as nossas essências..., afinal somos feitos de tanta coisa :)
Beijo e boa semana
Ahhhe boa nota :)
Posted by mar revolto | 10:19 pm
adorei a ultima frase, tal como todas as palavras :) somos feitos de purpurinas de cores diversificadas*
Posted by rita | 1:45 am
Belíssimo, como nos tens habituado.
Acho que devias pensar, seriamente, no que te falei ontem...
Um abraço ;)
Ricardo
Posted by Ricardo Simaes | 11:50 am
estou a ver que de facto perdi muita coisas por estes lados.. uma coisa certa é que não deixas de cativar as pessoas.
o texto está óptimo! é um excelente aperitivo para o regresso a estas lides
um abraço
Posted by Miguel | 9:46 pm
Apercebo-me que atingiste um estado admirável de vida... Transpuseste limites de ti!
Fabuloso!
Posted by Anonymous | 4:41 pm
Adorei o blog!
Vou voltar!
Posso?
Bjs
Posted by Sofia | 10:30 pm
Pois... do que somos feitos? Tu pelo menos sabes exprimir tão bem o material, a substância, a essência do que mais essencial é para uma vida, a tua... e de uma forma simplesmente genial...
muito bom
abraço :P
Posted by Blogger | 3:37 am
Somos isso muito mais como queres enfatizar... e tal como os teus textos transparecem, por vezes, o silencio e o vazio revelam mais que as palavras pensadas... Deixemo-nos, então… ser conduzidos pelas marés e pelos ventos… ;)
Polegar *
Posted by Mãozinhas | 2:26 pm
Compreender, Transcender limites, Cortar amarras, Saber, Conhecer...o conhecimento em ti torna-te mais forte, mais perfeito, mais feliz.
Em mim o conhecimento trava-me a razão, o saber torna-me mais vulnerável...a ignorância mais protegido da dor.
Espelhos de nós, almas no seu estado puro...a tua… divina.
Um abraço
Posted by Morfeu | 11:45 am
Passei para te desejar um bom domingo
beijinhos
Posted by mar revolto | 2:00 pm
Blimunda sete luas. Baltasar sete sois.
Vejo que te inspiraste. também me inspirei muito com esta visão.
Que são as pequenas vontades que fazem girar o mundo.
Gostei do teu texto e de como te identificaste com uma obra.
Afinal de contas, são as vontades que fazem levantar uma "passarola" quando ainda não voava. afinal de contas, são os homens (pela vontade de outro) que erguem um convento em Mafra.
Somos nós que comandamos tudo. São as nossas vontades que são determinantes...
habituei-me a ler-te...
Abraço
Posted by Luís | 10:18 pm
E vicio-me nestas leituras que emanam sentimentos. Apenas por esta razão me vicio. Sou uma sensivel dentro de uma enorme carapaça assustadoramente forte e dura...
Posted by Eli | 10:02 pm