Do corpo...
Chegava como se este espaço fosse seu, como se o conhecesse desde sempre. Afinal conhecia todas as portas desta casa. Conhecia o bater da chuva nas vidraças e os lugares onde o silêncio era insidioso e se fundia e escondia em vícios solitários.
Dirigia os seus passos à sala à procura do fogo que lhe alimentava o corpo e encontrava a lareira apagada. No lugar do fogo encontrava cinza e mesmo assim estendia as mãos para se aquecer. Acendia velas e incensos e no desencontro das sombras deixava-se enfeitiçar pelos aromas inebriantes do desejo. A sala já era sua, geometricamente sua, e não lhe bastou. Procurava mais dele. Sempre procurou mais…demais.
Aproximou-se das janelas e abriu-as de par em par para que ele visse a dança da lua. E como se ela se apropriasse das palavras, disse que o amor dele era como as fases da lua. E que só ele não percebia isso. Disse-lhe que ele foi quarto minguante de amor enquanto se subtraía à paixão e ele, desconcertado pela veracidade do que se negava a reconhecer, recusou segui-la pelo corredor.
Ela desafiava todas as defesas dele e aproximou-se passo a passo olhando-o nos olhos. Depositou na boca dele o sabor das suas palavras com o seu travo a canela e ele destilava a entrega gota a gota apenas por ela, enquanto o seu amor se erguia em lua nova do sentir. Ela concedeu-lhe a sua mão, convidando-o a conhecer novas fases da lua e ele seguiu-a sem olhar para trás. Foram quarto crescente de desejo e chegaram à derradeira divisão. O quarto. E ele sempre soube que ela acabaria por lá chegar
Cruzaram a porta e o tempo e o espaço foram eles. Nada mais que eles, dois corpos desnudados que se reconheciam em luas cheias de fogo e mar. Pertenciam-se mutuamente e naquele instante eram suor, beijos e prazer. O odor dos seus corpos fundia-se sempre que se entregavam à busca do outro e ambos sabiam que já tinham esperado tempo demais.
Ela aconchegou-se no peito dele e num murmúrio disse-lhe “o teu corpo é a tua casa e eu já entrei nela”. Ele afagou-lhe os cabelos, beijou-a lentamente e olhando-a nos olhos respondeu-lhe “Tu sempre pertenceste a este lugar”.
Dirigia os seus passos à sala à procura do fogo que lhe alimentava o corpo e encontrava a lareira apagada. No lugar do fogo encontrava cinza e mesmo assim estendia as mãos para se aquecer. Acendia velas e incensos e no desencontro das sombras deixava-se enfeitiçar pelos aromas inebriantes do desejo. A sala já era sua, geometricamente sua, e não lhe bastou. Procurava mais dele. Sempre procurou mais…demais.
Aproximou-se das janelas e abriu-as de par em par para que ele visse a dança da lua. E como se ela se apropriasse das palavras, disse que o amor dele era como as fases da lua. E que só ele não percebia isso. Disse-lhe que ele foi quarto minguante de amor enquanto se subtraía à paixão e ele, desconcertado pela veracidade do que se negava a reconhecer, recusou segui-la pelo corredor.
Ela desafiava todas as defesas dele e aproximou-se passo a passo olhando-o nos olhos. Depositou na boca dele o sabor das suas palavras com o seu travo a canela e ele destilava a entrega gota a gota apenas por ela, enquanto o seu amor se erguia em lua nova do sentir. Ela concedeu-lhe a sua mão, convidando-o a conhecer novas fases da lua e ele seguiu-a sem olhar para trás. Foram quarto crescente de desejo e chegaram à derradeira divisão. O quarto. E ele sempre soube que ela acabaria por lá chegar
Cruzaram a porta e o tempo e o espaço foram eles. Nada mais que eles, dois corpos desnudados que se reconheciam em luas cheias de fogo e mar. Pertenciam-se mutuamente e naquele instante eram suor, beijos e prazer. O odor dos seus corpos fundia-se sempre que se entregavam à busca do outro e ambos sabiam que já tinham esperado tempo demais.
Ela aconchegou-se no peito dele e num murmúrio disse-lhe “o teu corpo é a tua casa e eu já entrei nela”. Ele afagou-lhe os cabelos, beijou-a lentamente e olhando-a nos olhos respondeu-lhe “Tu sempre pertenceste a este lugar”.
bem...de facto tens o dom da palavra..belo texto...adorei a forma como acabaste o artigo..simplesmente..bestial
abraço do iogurte
Posted by Danone | 5:03 pm
"Disse-lhe que ele foi quarto minguante de amor enquanto se subtraía à paixão e ele" - belissimo, Walter, belissimo. Mas como poderia subrair se a paixão? deixando de amar ou retraindo-se do amor alheio?
Posted by Legionaria | 5:34 pm
Abrimos as portas e as janelas do nosso espaço e, quem emtrar com a nossa vontade e não com a dele trá muito que conquistar, apesar de aparentemente não o precisar.
Escreveste um texto muito sóbrio, presente, teu. Sim, escreves bem, mas isto já não é novidade!
:)
Posted by Eli | 6:37 pm
soubeste unir a sensualidade e o puro sentimento. é amor que leio.
que beleza punjente transpiram as tuas palavras walter...
desejo que esse dom de traduzir os sentires mais totais nunca te abandone!
foi um prazer ler*
um beijo,
lost
Posted by Anonymous | 5:18 pm
gosto especialmente de ler o teu blog qndo estou no meu mais profundo "lado lunar".. Costumo encontrar um reconforto das tuas letras, um reconforto que me faz pensar k não estou sozinha..
Este post ta engraçado, mas pa mim n foi dos teus melhores....
bjinhx gandes
fura-bolos
Posted by Mãozinhas | 10:21 pm
Está subtilmente lindo...se era o amor,erotismo e desejo que pretendias transpor nas tuas palavras sem dúvida que o conseguiste. Parabéns mais uma vez 'tá lindo(só gostava era de saber quem é ainspiração de posts tão eloquentes;))
Beijinho grande
Anelar
Posted by Mãozinhas | 12:49 pm
O Prazer e a Sensualidade do Corpo, o Amor e Redenção da Alma.
O que dizer...ao "dom" da palavra e sentimento.
Posted by Morfeu | 2:51 pm
Gosto muito do seu blog.
acho que vou pôr um link na minha página. Posso?
Posted by NaLua | 5:32 pm