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Friday, August 06, 2004 

Um dia será tarde demais...

“Os mortos doem menos pela sua ausência do que por aquilo que entre eles e nós não foi dito” S.Tamaro

São tantas as palavras que ficaram por dizer, são tantas as manifestações de carinho que ficaram por demonstrar, é tão grande a angústia por não termos feito tudo o que estava ao nosso alcance para termos estado mais tempo junto da pessoa... é sobretudo tão grande o vazio e a saudade que invade o nosso coração.
Com que direito pode a morte destruir laços de união e afecto? Porque é que as pessoas têm de morrer? Para dar significado à vida?
Não sei quais são as respostas, talvez nunca virei a saber... é tão amarga e dolorosa a sensação de perda. Restam as memórias e pouco mais. Tudo o mais é cinza, pó e nada.


Ela veio novamente...obscura e sombria como todas as vezes em que veio. Ela veio outra vez e levou com ela mais uma existência como todas as vezes em que veio. Ela veio novamente e levou mais um passageiro rumo à eternidade. Como todas as vezes em que veio. Ela veio outra vez ... a morte veio mais uma vez.

Lembro-me do meu primeiro contacto com a morte...era bastante criança quando a minha avó morreu...nessa noite dormi com o meu avô...lembro-me de a meio da noite ele começar a chorar...sei que sentiu a morte da minha avó, contudo não se levantou da cama...talvez aquilo fosse apenas um sonho mau...esperou pelos primeiros raios de sol, talvez tivesse sido um sonho mesmo...embora não tivesse pregado olho toda a noite. (mas que importa podemos sonhar acordados, não é?)

Fui para as aulas como um dia normal. Ao fim da tarde o meu pai foi-me buscar, e ainda no carro contou-me que a minha avó tinha morrido...e digo contou-me, porque não a declarou, apenas contou...como uma espécie de História que Grimm ainda não tinha escrito...

Talvez um dia encontres a tua avó numa nave espacial que nos visitará no futuro...

Agora que recordo acho engraçado, mas parte de mim ficou com essa crença...a vida é tão estranha mesmo...

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